8 de abr. de 2011

A última palavra perfeita!!!

Eu não sei nada, exceto uma coisa que todos sabem - quando a Graça dança, eu também devo dançar.
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W. H. Auden

Os muitos usos da palavra me convencem de que a graça é realmente surpreendente: é a nossa última palavra perfeita. Ela contém uma essência do evangelho como uma gota de água pode conter a imagem do sol. O mundo tem sede de graça em situações que nem reconhece; não nos causa admiração que o hino "Maravilhosa Graça" continue sendo tão repetido duzentos anos após sua composição. Para uma sociedade que parece estar à deriva, sem amarras, não sei de lugar melhor para lançar uma âncora de fé.

Contudo, como as notas dissonantes na música, o estado de graça na vida das pessoas provoca alterações. O muro de Berlim caiu em uma noite de euforia; os negros sul-africanos fizeram longas e exuberantes filas para votar pela primeira vez; Yitzhak Rabin e Yasser Arafat apertaram-se as mãos em Rose Garden - por um momento a graça pôde ser vista em cada uma dessas situações. Mas, depois, a Europa Oriental de mau humor inicia longa tarefa de reconstrução, a Africa do Sul tenta descobrir como governar um país e Arafat, disfarçadamente, solta projéteis e Rabin é atingido por um deles. Como uma estrela que desaparece, a graça se dissipa em uma explosão final de luz pálida, e é então engolfada pelo buraco negro da "não-graça".

"As grandes revoluções cristãs não vêm por meio da descoberta de alguma coisa que não era conhecida antes. Elas acontecem quando alguém aceita radicalmente uma coisa que sempre esteve aí" (H. Richard Niebuhr). Estranhamente, às vezes descubro uma falta de graça dentro da igreja, uma instituição fundada para proclamar, na frase de Paulo, "o evangelho da graça de Deus".

O mundo pode fazer tudo tão bem ou melhor do que a igreja. Você não precisa ser cristão para construir casas, alimentar os famintos ou curar enfermos. Há apenas uma coisa que o mundo não pode fazer. Ele não pode oferecer graça.

Há alguns anos, cheguei a conclusão de que as duas causas principais da maioria dos problemas emocionais entre cristãos evangélicos são estas: o fracasso em entender, receber e viver a graça e o perdão incondicionais de Deus; e o fracasso de distribuir esse amor, perdão e graça incondicionalmente aos outros. Nós lemos, ouvimos, cremos em uma boa teologia da graça. Mas não é assim que vivemos. As boas novas do evangelho da graça não penetraram no nível de nossas emoções.

Durante uma conferência britânica a respeito de religiões comparadas, técnicos de todo o mundo debatiam qual a crença única da fé cristã, se é que esxistia essa crença. Eles começaram eliminando as possibilidades. Encarnação? Outras religiões tinham diferentes versões de deuses aparecendo em forma humana. Ressurreição? Novamente, outras religiões tinham histórias de retorno dos mortos. O debate prosseguiu durante algum tempo até que C. S. Lewis entrou no recinto. "A respeito do que é a confusão?", ele perguntou, e ouviu a resposta dos seus colegas de que estavam discutindo sobre a contribuição única do cristianismo entre as religiões do mundo. Lewis respondeu: "Oh, isso é fácil. É a graça.

Graça, a ultima palavra perfeita. Viva abundantemente a graça de Deus derramada em sua vida.

"Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça"
(Romanos 5:20)

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