18 de jun. de 2011

Candidatos a Pastor (Ilustração)

Uma igreja local constituiu um Comitê de Púlpito para sugerir nomes para avaliação pela congregação, para a escolha do futuro pastor da igreja. Aqui está o relatório que o Comitê apresentou:


Adão: É um bom homem, mas parece não ter nenhum controle sobre sua mulher. Existem rumores que ambos gostam de caminhar pelados nos bosques. Quando o confrontamos com esse pecado, jogou a culpa na mulher.

Noé: No pastorado anterior, que durou 120 anos, não conseguiu ganhar nenhuma alma. Susceptível a projetos de construção irrealistas. Após receber um grande livramento de Deus, esse homem demonstrou ser um fraco e passou a embriagar-se.

Abraão: Existiam rumores que praticava a troca de casais. No entanto, quando investigamos, constatamos que na verdade ele nunca dormiu com a mulher de ninguém, embora realmente tenha oferecido sua mulher para outros homens, apesar de que nada se concretizou de fato. Em certa ocasião, quase matou seu filho, sendo detido no último segundo. Teve a oportunidade de viver em uma região muito bonita e próspera, mas passou a chance para seu sobrinho. Tememos que possa vir a cair na pobreza e tornar-se um peso para a igreja na velhice. Existem rumores de que, com o consentimento da sua mulher, engravidou uma empregada doméstica, que depois de alguns anos foi demitida e enviada para longe com a criança.

José: Um estrategista de grande visão, mas parece orgulhar-se de suas capacidades. Acredita em interpretação de sonhos e já esteve preso por quase dez anos. Parece que viveu grande parte de sua vida em abjeta escravidão, o que nos faz pensar se está preparado para lidar com homens de negócios bem-sucedidos e líderes da comunidade. Certa vez acusou um homem de furto e fez com que ele fosse preso injustamente.

Moisés: Um homem manso e modesto, mas não se expressa bem, chegando a gaguejar. Isso nos faz duvidar de seu passado como membro da família real do Egito. Se ele realmente tivesse essa origem, seria um orador seguro. Algumas vezes, levanta ameaçadoramente seu cajado e tem acessos de raiva. Existem rumores de que abandonou uma igreja anterior após ser acusado de assassinato. Além disso, achamos que seu casamento inter-racial com uma mulher etíope possa vir a causar tensão na nossa igreja.

Davi: Era o líder mais promissor de todos, até que descobrimos que envolveu-se em um relacionamento extraconjugal com a mulher de um militar. Além disso, parece gostar de matar seus inimigos, em vez de procurar formar associações ecumênicas. 

Salomão: É um ótimo pregador e tem uma coleção enorme de provérbios que ele mesmo criou. No entanto, a casa pastoral não é grande o suficiente para abrigar todas as suas mulheres.

Elias: Tende a cair em depressão. Desestrutura-se completamente quando é colocado sob intensa pressão. Não sabe se comportar em reuniões ecumênicas, pois zomba enquanto os outros ministros adoram e em certa ocasião até os incentivou a se cortarem com lâminas. Foi visto correndo, tentando alcançar um carro, o que nos faz suspeitar de sua sanidade. 

Eliseu: Tivemos informações que morou na casa de uma mulher viúva enquanto estava em uma igreja anterior, o que pode gerar rumores e suspeitas. 

Oséias: Um pastor amoroso e gentil, mas jamais poderíamos tolerar a ocupação de sua mulher.

Jeremias: É instável emocionalmente, alarmista, negativista, sempre está lamentando por alguma coisa. Soubemos que fez uma longa viagem apenas para enterrar uma peça de roupa nas margens de um rio na Síria. Um rei que leu seus escritos lançou o manuscrito no fogo imediatamente, por causa da linguagem ofensiva, mas Jeremias, teimosamente, escreveu tudo de novo.

Isaías: Parece ser fronteiriço. Afirma ter visto anjos na igreja. Tem problemas com sua linguagem. Admite abertamente que seus lábios são impuros.

Ezequiel: Este homem está completamente louco. Durante muitos dias, alimentou-se de uma ração mínima, cozida sobre o esterco de vacas. Quando sua jovem mulher morreu, não esboçou a menor reação. Afirma ter visto sacerdotes e líderes políticos praticando abominações no Templo, o que é uma acusação totalmente absurda. Achamos que precisa de internação urgente. 

Jonas: Recusou o chamado de Deus para pregar no exterior, mas foi forçado a obedecer após ser engolido por um grande peixe em uma tempestade no mar. Diz que o peixe o vomitou em uma praia. Além disso, parece que prega, mas sem desejar que as pessoas realmente se convertam. Recomendamos não arriscar com esse candidato. 

Amós: Devido a sua formação de homem do campo, tem a mentalidade estreita e é grosseiro ao lidar com pessoas de nível social elevado. Sua maior experiência é em tanger o gado e em colher figos. Talvez possa melhorar após estudar em um dos nossos seminários, mas parece ter um bloqueio natural contra os ricos. Achamos que seja um pastor adequado para uma igreja situada em um bairro mais pobre.

Melquizedeque: Temos ótimas referências do emprego atual dele, mas de onde vem esse homem? Não preencheu as informações no currículo sobre os empregos anteriores, nem sobre sua filiação. Recusa-se a informar a data do nascimento.

João: Diz que é batista, mas não se veste como tal. Passa vários meses dormindo ao relento, ou em cavernas, tem uma dieta totalmente estranha e provoca os líderes de outras denominações. Tem pouco tato ao lidar com os políticos de alto escalão, fazendo-lhes acusações severas. É totalmente intransigente e não sabe contemporizar. 

Pedro: Um homem rude. Dizem que retorna à antiga ocupação de pescador nos momentos mais impróprios. Tem um péssimo temperamento e pragueja quando fica nervoso. Teve um entrevero com Paulo, em Antioquia. É agressivo, mas na verdade é um frouxo e chora às escondidas. 

Paulo: Líder nato e um pregador fascinante. No entanto, parece ter pouco tato, é impaciente com os pastores jovens, é severo e dizem que gosta de pregar até as altas horas da noite. Além disso, sofre de um problema de visão que o incapacita até para escrever. Certa vez, provocou uma agitação civil e depois fugiu da cidade, escondido em um grande cesto. Morou durante vários meses na casa de Públio, um notório pagão, na ilha de Malta, no Mediterrâneo. Dizem que nesse lugar, fundou uma igreja e iniciou um ministério de manipulação de serpentes. Além disso, tem o inconveniente de ser solteiro.

Tiago & João: São dois irmãos que gostam de trabalhar juntos. A princípio, o pacote de pregador & assistente parece bom, mas descobrimos que têm um problema de ego com relação aos demais pregadores e que gostam de ocupar posições de destaque nas festas. Certa vez, ameaçaram fazer descer fogo do céu e destruir uma cidade, só por terem sido insultados. Tivemos informações que tentam desencorajar aqueles que não seguem exatamente suas orientações. Diótrefes, que foi líder em uma igreja informa que foi sumariamente desligado após João escrever uma carta instruindo a igreja a tomar essa atitude. 

Timóteo: É jovem e inexperiente demais. Não conseguiria se impor diante dos outros jovens e dos homens mais velhos. É mestiço, e sabemos o que isso significa. Além disso, um diácono que o visitou, viu uma garrafa de vinho na estante da sua sala. 

Matusalém: É velho demais, sem a menor condição de assumir um pastorado.

Jesus: Teve seus momentos de popularidade, mas depois que sua igreja atingiu 5000 membros, conseguiu ofender, escandalizar e afugentar a quase todos com sermões muito duros. Raramente fica muito tempo em um só lugar. Não tem nenhuma propriedade, bens ou patrimônio pessoal e seria um homem muito necessitado se o chamássemos, pois praticamente pede tudo emprestado e seus amigos precisam sustentá-lo e abrigá-lo em suas casas. Foi visto várias vezes saindo de tavernas e em conversações com prostitutas e com notórios pecadores na região da boca do lixo. Dizem que gosta de tomar bons vinhos e que não recusa convites para festas e banquetes. Parece estar muito preocupado com os demônios, e, por toda a parte, expulsa-os das pessoas. Elogia aqueles que contribuem com pouco para a obra de Deus e critica aqueles que contribuem com muito. Já recebeu várias ameaças de morte, devido a sua intransigência e a rejeição aberta aos grandes líderes ecumênicos. Certa vez, adentrou na maior igreja da cidade, onde havia um bazar para levantamento de fundos, e, transtornado, derrubou todas as barracas e expulsou o povo utilizando um azorrague que ele mesmo improvisou. Estar próximo de Jesus parece ser muito perigoso. Ele adverte seus seguidores que terão aflições e que serão perseguidos por serem seus discípulos. Além disso, tem a desvantagem de ser solteiro, com o agravante de não demonstrar interesse em desenvolver um relacionamento afetivo com nenhuma mulher. Grande parte de seus ensinos parece suicida, falando de sua própria morte. Seria um ministério muito negativista para a nossa igreja, lembrando que desejamos um pastor que fale sobre o poder do pensamento positivo.

Judas: As referências aqui são boas. É eficiente, discreto e tem perfil conservador. Gosta de organizar campanhas de arrecadação de fundos para ajudar as obras assistenciais. Tem boas ligações com políticos de alto escalão e com líderes eclesiásticos. Foi tesoureiro durante o tempo em que acompanhou Jesus, e sempre gozou da confiança do grupo. Recentemente, diante de uma multidão, abraçou e beijou Jesus, em uma demonstração singular de confiança e de amizade. Nós o convidamos para pregar no próximo domingo. Temos possibilidades aqui. Há um rumor que ele se suicidou ontem, mas deve ser um boato sem fundamento, tendo em vista seu tremendo potencial.

Balaão: Exerce um ministério de unção profética. Freqüentemente, é chamado para aconselhar reis e presidentes, que o remuneram bem por seus serviços. É famoso por sua capacidade de conversar com os animais. Além disso, é especializado em escolhas éticas e em soluções pragmáticas. Deve se dar muito bem em aconselhamento conjugal. Se Judas não puder assumir, esse candidato deve ser considerado com atenção. 

Lúcifer: Iniciou sua carreira como Ministro de Música nas regiões celestiais. É extremamente talentoso na música. Diversos roqueiros, como Raul Seixas, Little Richard e David Bowie já o reconheceram como o verdadeiro criador do Rock and Roll.  Foi injustamente demitido de seu cargo simplesmente por tentar ser igual a Deus. Tem as mais altas recomendações de muitas organizações que ele mesmo criou, como a Maçonaria, a Ordem dos Templários do Oriente, a Ordem Hermética da Alvorada Dourada, a Sociedade Rosa-Cruz, a Sociedade Teosófica, o Cristianismo Esotérico, a Ordem dos Jesuitas, Opus Dei, os Movimentos de Renovação de Brownsville e da Bênção de Toronto, além de grandes denominações, como a Igreja Metodista Unida, a Igreja Episcopal, e a Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos, onde ele conseguiu colocar vários de seus colegas maçons em posições de liderança. Tem aproximadamente 6000 anos de experiência em motivação humana. É acompanhado por um séquito de outros ministros de luz, que o seguem por toda a parte para ajudá-lo no que for preciso. Esse candidato é nossa opção preferencial. O Comitê de Púlpito está tentando contatá-lo para saber se aceitaria assumir o pastorado em nossa igreja. Como está habituado a viver nas regiões celestiais, talvez não queira vir trabalhar em uma igreja pequena como a nossa. Um dos membros do Comitê garante que Lúcifer já pastoreia nossa igreja, o que, é claro, é um total absurdo, pois nunca ninguém o viu em nosso meio.

Essa ilustração serve para nos alertar sobre o julgamento que fazemos dos outros, nossos olhos , ouvidos e principlamente nosso coração, pode nos enganar.

"Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? (Jr 17:9)

17 de jun. de 2011

Carta ao Apóstolo Paulo (Ilustração)

Conta-se que o Apóstolo Paulo enviou seu currículo para a Junta de Missões Mundiais de certa denominação, oferecendo-se para trabalhar como missionário. Depois de algumas semanas, o Secretário da Junta escreveu-lhe esta carta, justificando por que não poderia aceitá-lo.

Ao Reverendo Saulo Paulo

Missionário Independente



Roma, Itália

Caro Sr. Paulo:

Recebemos recentemente seu currículo, exemplares de seus livros e o pedido para ser sustentado pela nossa Junta como missionário na Espanha.

Adotamos a política da franqueza com todos os candidatos. Fizemos uma pesquisa exaustiva no seu caso. Para ser bem claro, estamos surpresos que o senhor tenha conseguido até aqui "passar" como missionário independente.

Soubemos que sofre de uma deficiência visual que, algumas vezes, o incapacita até para escrever. Essa certamente é uma deficiência grande para qualquer pessoa. Nossa Junta requer que o candidato tenha boa visão, ou que possa usar lentes corretoras.

Em Antioquia, o senhor provocou um entrevero com Simão Pedro, um pastor muito estimado na cidade, chegando a repreendê-lo em público. O senhor provocou tantos problemas que foi necessário convocar uma reunião especial da Junta de Apóstolos e Presbíteros em Jerusalém. Não podemos apoiar esse tipo de atitude.

Acha que é adequado para um missionário trabalhar meio-período em uma atividade secular? Soubemos que fabrica tendas para complementar seu sustento. Em sua carta à igreja de Filipos, o senhor admite que aquela é a única igreja que lhe dá algum suporte financeiro. Não entendemos o porquê, já que serviu a tantas igrejas.

É verdade que já esteve preso diversas vezes? Alguns irmãos nos disseram que passou dois anos na cadeia em Cesaréia e que também esteve preso em Roma, e em outros lugares. Não achamos adequado que um missionário da nossa Junta tenha folha corrida na Polícia.

O senhor causou tantos problemas para os artesãos em Éfeso que eles o chamavam de "o homem que virou o mundo de cabeça para baixo". Sensacionalismo é totalmente desnecessário em Missões. Deploramos, também, o vergonhoso episódio de fugir de Damasco escondido em um grande cesto.

Estamos admirados em ver sua falta de atitude conciliatória. Os homens elegantes e que sabem contemporizar não são apedrejados ou arrastados para fora dos portões da cidade, tampouco são atacados por multidões enfurecidas. Alguma vez parou para pensar que palavras mais amenas poderiam ganhar mais ouvintes? Remeto-lhe um exemplar do excelente livro "Como Ganhar os Judeus e Influenciar os Gentios", de Dálio Carnego.

Em uma de suas cartas, o senhor referencia a si mesmo como "Paulo, o velho". As normas de nossa Missão não permitem a contratação de missionários além de certa idade.

Percebemos que é dado a fantasias e visões. Em Trôade, viu "um homem da Macedônia" e em outra ocasião diz que "foi levado até o Terceiro Céu e que ouviu palavras inefáveis". Afirma ainda que viu o Senhor e que ele o confortou. Achamos que a obra de evangelização mundial requer pessoas mais realistas e de mente mais prática.

Em toda a parte por onde andou, o senhor provocou muitos problemas. Em Jerusalém, entrou em conflito com os líderes do seu próprio povo. Se alguém não consegue se relacionar bem com seu próprio povo, como pode querer servir no exterior? Dizem que tem o poder de manipular serpentes. Na ilha de Malta, ao apanhar lenha, uma víbora se enroscou no seu braço, picou-o, mas nada lhe ocorreu. Isso soa muito estranho para nós.

O senhor admite que enquanto esteve preso em Roma, "todos o esqueceram". Os homens bons nunca são esquecidos pelos seus amigos. Três excelentes irmãos, Diótrefes, Demas e Alexandre, o latoeiro, disseram-nos que acharam impossível trabalhar com o senhor e com seus planos mirabolantes.

Soubemos que teve uma discussão amarga com um colega missionário chamado Barnabé e que acabaram encerrando uma longa parceria. Palavras duras não ajudam em nada a expansão da obra de Deus.

O senhor escreveu muitas cartas às igrejas onde trabalhou como pastor. Em uma delas, acusou um dos membros de viver com a mulher de seu falecido pai, o que fez a igreja ficar muito constrangida e a excluir o pobre rapaz.

O senhor perde muito tempo falando sobre a segunda vinda de Cristo. Suas duas cartas à igreja de Tessalônica são quase totalmente devotadas a esse tema. Em nossas igrejas, raramente falamos sobre esse assunto, que consideramos de menor importância.

Analisando friamente seu ministério, vemos que é errático e de pouca duração em cada lugar. Primeiro, a Síria, depois, Chipre, vastas regiões da Turquia, Macedônia, Grécia, Itália, e agora o senhor fala em ir à Espanha. Achamos que a concentração é mais importante do que a dissipação dos esforços. Não se pode querer abraçar o mundo inteiro sozinho.

Em um sermão recente, o senhor disse "Longe de mim gloriar-me, a não ser na cruz de Cristo". Achamos justo que possamos nos gloriar na história da nossa denominação, no nosso orçamento unificado, no nosso Plano Cooperativo e nos esforços para criarmos a Federação Mundial das Igrejas.

Seus sermões são muito longos. Em certa ocasião, um rapaz que estava sentado em um lugar alto, adormeceu após ouvi-lo por várias horas, caiu e quase quebrou o pescoço. Já está provado que as pessoas perdem a capacidade de concentração após trinta ou quarenta minutos, no máximo. Nossa recomendação aos nossos missionários é: Levante-se, fale por trinta minutos, e feche a boca em seguida.

O Dr. Lucas nos informou que o senhor é um homem de estatura baixa, calvo, de aparência desprezível, de saúde frágil e que está sempre agitado, preocupado com as igrejas e que nem consegue dormir direito à noite. Ele nos disse que o senhor costuma levantar durante a madrugada para orar. Achamos que o ideal para um missionário é ter uma mente saudável em um corpo robusto. Uma boa noite de sono também é indispensável para garantir a disposição no trabalho no dia seguinte.

A Junta prefere enviar somente homens casados aos campos missionários. Não compreendemos nem aceitamos sua decisão de ser um celibatário permanente. Soubemos que Elimas, o Mágico, abriu uma agência matrimonial para pessoas cristãs aí em Roma e que tem nomes de excelentes mulheres solteiras e viúvas no cadastro. Talvez o senhor devesse procurá-lo.

Recentemente, o senhor escreveu a Timóteo dizendo que "lutou o bom combate". Dificilmente pode-se dizer que a luta seja algo recomendável a um missionário. Nenhuma luta é boa. Jesus veio, não para trazer a espada, mas a paz. O senhor diz "lutei contra as bestas feras em Éfeso". Que raios quer dizer com essa expressão?

Pesa-me muito dizer isto, irmão Paulo, mas em meus vinte e cinco anos de experiência, nunca encontrei um homem tão oposto às qualificações desejadas pela nossa Junta de Missões Mundiais. Se o aceitássemos, estaríamos quebrando todas as regras da prática missionária moderna. 

Sinceramente, 


A. Q. Cabeçadura
Secretário da Junta de Missões Mundiais


14 de jun. de 2011

Ele Escolheu os Cravos

SEU NASCIMENTO

Palavras do rei Herodes sobre o nascimento de Jesus. "Mate-o. Há lugar apenas para um rei neste mundo."

Números de líderes religiosos que criam no nascimento do Messias em Belém. Zero

O tipo de pessoas que acreditavam. Alguns reis magos, pastores que trabalhavam no turno da noite, e um jovem casal prestes a ter um bebê, sem nunca antes haverem tido contato sexual. 

A recompensa dada a José e a Maria por terem trazido Deus ao mundo. Dois anos no exílio, aprendendo a língua egípcia.

Este foi o princípio do movimento cristão. (E estes foram anos calmos.) 

SEU MINISTÉRIO

O comentário nas ruas da cidade natal de Jesus quando Ele declarou ter sido enviado por Deus. "Que família estranha. Você já viu o primo dEle?"

A reação dos amigos da cidade. "Apedreje-o".

A opinião de seus irmãos. "Tranque-o".

O número de discípulos recrutados por Jesus. Setenta.

O número de discípulos que o defenderam das autoridades. Zero.

A avaliação dos seguidores de Jesus encontrada na seção editorial em Jerusalém. "Um grupo de desempregados".

 O número de leprosos, cegos e aleijados curados por Jesus. Incontáveis.

O número de leprosos, cegos e aleijados curados por Jesus que o defenderam no dia de sua morte. Zero.

SUA MORTE

A opinião popular sobre Jesus antes que Ele limpasse o templo. "Será que Ele vai se candidatar a algum cargo?".

A opinião popular sobre Jesus após Ele ter limpado o templo. "Vamos ver se Ele corre rápido". 

A decisão do concílio judaico. Cravos e espinhos. 

A conversa nas ruas de jerusalém após a morte de Jesus. "Ele deveria ter permanecido no ramo da carpintaria". 

O número de vezes que Jesus profetizou que ressuscitaria três dias após a sua morte.Três. 

O Número de apóstolos que ouviram a profecia. Todos. 

O número de apóstolos que aguardaram junto ao túmulo para verificar se Ele cumpriria sua promessa. Zero.

O número de seguidores que acreditaram na ressurreição antes que ela ocorresse. Faça as contas.

As chances que um apostador teria dado um dia após a crucificação sobre a possibilidade do nome de Jesus ser conhecido no ano de 2000. "Eu diria que há mais chance de que Ele ressuscite da morte".

SEU MOVIMENTO

A resposta oficial dos líderes judeus sobre os rumores da ressurreição. "É claro que eles dizem que Ele está vivo. O que mais poderiam dizer"?

A verdadeira resposta dos líderes judaicos para a ressurreição de Jesus. "e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé".(At 6:7). 

A decisão dos líderes judeus sobre a igreja. "Se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará, mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la" (At 5:38-39).

A resposta da Igreja. Estava "crescendo o numero dos discípulos" (At 6:1).

A resposta oficial dos lideres judeus sobre a conversão de Saulo. "boa saída para um ex-fariseu. Dentro de alguns meses ele estaria preso, então o que faria? Escreveria cartas?".

O que Saulo, também conhecido como Paulo, comprendeu, que seus antigos colegas não compreenderam? "Deus deu [Jesus] como o caminho para perdoar os pecados" (Rm 3:25).

O MOVIMENTO CONTINUA

A crença do filósofo Voltarie. A Bíblia e o cristianismo acabariam dentro de algumas centenas de anos. Ele morreu em 1778. O movimento continua. 

O pronunciamento de Friedrich Nietzsche em 1882. "Deus está morto." O surgimento da ciência, cria ele, seria a destruição da fé. A ciência surgiu, o movimento continua. 

Como o dicionário comunista definiu a Bíblia. "É uma coleção de lendas fanáticas sem qualquer suporte científico."O comunismo está diminuindo; o movimento continua".

A descoberta feita por qualquer pessoa que tenha tentado enterrar a fé. A mesma feita por todos os que tentaram enterrar seu Fundador: Ele não permaneceu no túmulo. 

Os fatos. O movimento nunca foi tão forte. É incontável o número de cristãos. 

A questão. Como explicamos isto? Jesus nunca escreveu um livro, nunca gerenciou um escritório. Nunca viajou mais do que 320 quilômetros distante de sua terra natal. Os amigos o abandonaram. Um o traiu. Os que Ele ajudou esqueceram-se dEle. Foi abandonado antes de sua morte. Mas após a sua morte eles não puderam resisti-lo. O que fez esta diferença? 

A resposta. Sua morte e ressurreição. Porque quando Ele morreu, seu pecados também morreram. Quando Ele ressuscitou, sua esperança também ressuscitou. Porque quando Ele ressuscitou, seu túmulo foi transformado de residência final em pousada temporária.

O motivo por que Ele fez isto. O rosto que você vê no espelho.

O veredito após dois milênios. Herodes estava certo: só há lugar apenas para um Rei.

Extraído do livro "Ele escolheu os cravos" de Max Lucado (cap. 14 "Eu venci")

13 de jun. de 2011

Argumentos Teológicos

Desde a década de 1950, um crescente número de igrejas e denominações começou a abraçar uma interpretação diferente das Escrituras no que se refere à homossexualidade. Neste post quero apresentar rápidas respostas a alguns dos mais costumeiros argumentos bíblicos e teológicos ouvidos nos grupos religiosos pró-gay  quando essas Escrituras são discutidas.

Primeiro vamos examinar as sete passagens específicas na Bíblia que mencionam a homossexualidade, examinando ao mesmo tempo os argumentos pró-gay dessas passagens (citados em ítálico). Em seguida vamos examinar os argumentos teológicos que surgem da mais ampla ética sexual da Bíblia.

Gênesis 19:4-5 (Sodoma e Gomorra) e Juízes 19:22 (Gibeá)
"Mas, antes que se deitassem, os homens daquela cidade cercaram a casa, os homens de Sodoma, assim os moços como os velhos, sim, todo o povo de todos os lados; e chamaram Ló, e lhe disseram: 'Onde estão os homens que, à noitinha, entraram em tua casa? Traze-os fora a nós para que abusemos deles.'"

"Enquanto eles se alegravam, eis que os homens daquela cidade, filhos de belial, cercaram a casa, batendo à porta; e falaram ao velho, senhor da casa, dizendo: Traze para fora o homem que entrou em tua casa, para que abusemos dele."

"Deus puniu o povo de Sodoma e Gomorra por quebrar as regras da hospitalidade, não por ameaçar um assalto homossexual."

É verdade que a quebra da hospitalidade era uma coisa muito séria naquela cultura, mas esse argumento não se sustenta com um exame minucioso e completo. Grande parte da discussão aqui centraliza-se sobre o significado exato das exigências dos homens para trazer para fora os visitantes para que pudessem "conhecê-los" (Gn 19:5; Jz 19:22, ERC).
D.S. Bailey em seu livro A Homossexualidade e a Tradição Cristã Ocidental, argumenta que os homens de Sodoma e Gibeá pediram para "conhecer" (em hebraico yada') os homens no sentido de "conhecer socialmente". Esta palavra hebraica aparece 943 vezes no Antigo Testamento. Em apenas alguns poucos casos se refere a relação sexual, e nesse caso sempre à heterossexualidade.
Há um problema maior com esse argumento: a reação às exigências dos homens exige fortemente o apoio à conotação de violência sexual. Ló protesta: "Rogo-vos meus irmãos, que não façais mal" (Gn 19:7). O homem em Juízes 19 responde: "Não, irmão meus, não façais semelhante mal"(v.23). Estas respostas parecem inapropriadas para protestar contra quebra de hospitalidade, em oposição a um estupro; certamente essas palavras não fariam sentido se os homens quisessem apenas conhecer socialmente os visitantes. Além disso, Ló utiliza a mesma palavra yada', em sua próxima declaração: "Tenho duas filhas, virgens." Obviamente a implicação é sexual.

"Outras passagens bíblicas listam os pecados de Sodoma, mas não mencionam a homossexualidade."


Alguns versículos mencionam pecados tais como a soberba, desprezo pelos pobres, e apoio aos malfeitores (Jr 23:14; Ez 16:49-50), mas outras passagens ligam Sodoma com a imoralidade sexual, perversão e "procedimento libertino daqueles insubordinados" (2 Pe 2:7; Jd 7). Deus julgou a cidade por uma ampla variedade de pecados, inclusive a homossexualidade.

"Deus estava julgando o estupro pretendido, não o comportamento homossexual amoroso."


Deus enviou os visitantes divinos para confirmar a perversidade da cidade. Muito antes deste incidente, a Bíblia diz que "os homens de Sodoma eram maus e grandes pecadores contra o Senhor" (Gn 13:13) e que "o clamor de Sodoma e Gomorra tem-se multiplicado e o seu pecado se tem agravado muito" de maneira que Deus determinou "investigar" (Gn 18:20-21). Portanto, este incidente foi apenas uma confirmação final das atividades homossexuais já ocorrentes. Certamente, nem todos os comportamentos homossexuais anteriores na cidade foram caracterizados pelo estupro.

Contudo, os teólogos pró-gay estão certos quando dizem que esta passagem não fornece um argumento forte para a proibição de todos os atos homossexuais. Para maiores esclarecimentos devemos nos voltar para outras passagens bíblicas, veremos abaixo.

Levítico 18:22 e 20:13 (Código da Santidade)
"Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; é abominação."
"Se também um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, praticaram coisa abominável; serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles."

"Os cristãos não estão mais sob a lei do Antigo Testamento."

Jesus Cristo disse que veio cumprir a lei - não aboli-la. "Aquele, pois, que violar um desses mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus" (Mt 5:19).

Essa seção de Levítico inclui outras proibições morais contra o incesto, adultério, a bestialidade, a necrofilia e outras práticas sexuais ilícitas.

"Os cristãos transgridem outras leis do Antigo Testamento o tempo todo, como comer carne de porco. Seguir algumas leis e transgredir outras é ser grosseiramente inconsistente."


Inúmeros teólogos já destacaram a diferença entre as categorias mais importantes da lei do Antigo Testamento. Primeiro, temos as leis civis e cerimoniais, que se aplicavam apenas à nação de Israel. Foram especificamente revogadas no Novo Testamento (Mc 7:19; Ef 2:15; Hb 7:18; 8:13; 10:8-10). Segundo, haviam mandamentos que constituíam a lei moral, que não era limitada a determinado tempo e lugar. Muitas dessas leis - inclusive aquela que se aplica ao comportamento homossexual - foram repetidas no Novo Testamento (Mt 5:27-30; Mc 7:21-23; 1 Co 5:1; 6:9-10, 18).

As leis civis referiam-se a questões tais como a vida diária: tomar emprestada alguma cabeça de gado (Ex 22:10-14), princípios de restituíção de propriedade perdida (Ex 22:7-9), e dar testemunho no tribunal (Ex 23:1-3). As leis cerimoniais definiam atos ou eventos que tornavam a pessoa impura para propósitos cerimoniais, como mexer num morto, ter hemorragia ou emissão do corpo, ou comer alimento impuro.

Depois havia as lais morais. As ofensas as leis morais não estavam relacionadas ao comportamento civil ou cerimonial. Elas não tornavam ninguem impuro nem exigiam o pagamento de uma multa. Antes, essas atitudes, são erradas em qualquer tempo ou lugar. sugerir que essas ações, que exigiam pena de morte, não tem maior significado do que comer carne de porco, que apenas deixa a pessoa cerimonialmente impura, traz uma séria desinformação e desconhecimento das verdades bíblicas.

"Esses versículos proíbem práticas homossexuais idólatras, não o comportamento homossexual que não tem conotação religiosa."


Semelhantemente, este argumento diz que a presença de homens prostitutos na terra era condenada; sua remoção era aceita como sinal de reforma espiritual (1 Rs 14:24; 22:46). Assim a proibição divina contra práticas sexuais com o mesmo sexo, eles dizem, falam desse julgamento contra a idolatria, não contra o amor físico entre dois homossexuais comprometidos. Mas o contexto dessas leis contra o comportamento homossexual inclui a condenação da relação sexual com as relações consanguíneas e o adultério. Esses relacionamentos poderiam ser em tudo tão ternos e afetivos quanto os laços de amor entre dois homens e duas mulheres. Mas são estritamente proíbidos - não importa qual seja o contexto. Esses versículos falam contra certas práticas sexuais - inclusive a homossexualidade - em todas as circunstâncias. O banimento é absoluto.

Romanos 1:24-27
"Por isso Deus entegou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seus próprios corações, para desonrarem os seus corpos entre si; pois eles mudaram a verdade de Deus em mentiram, adorando e servindo a criatura, em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém."
"Por causa disso os entregou Deus a paixões infames; porque até suas mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas, por outro contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo em si mesmos a merecida punição do seu erro."

"As declarações do apóstolo Paulo são 'cultualmente comprometidas'. Elas foram dirigidas aos judeus do primeiro século; não se aplicam a nós atualmente."

Sob tal raciocínio, podemos jogar fora toda a Bíblia. Nada nela foi escrito para pessoas do século 20/21. Esse argumento implica em que os padrões de Deus mudam de tempo para tempo. Mas aqui está o que os escritores bíblicos disseram: "A Palavra do nosso Deus permanece eternamente" (Is 40:8) e "As tuas palavras são em tudo verdade desde o princípio, e cada um dos teus justos juízos dura para sempre" (Sl 119:160).

"Paulo apenas está condenando homens e mulheres que abandonaram o comportamento sexual que lhes é natural, isto é, os heterossexuais que têm relações homossexuais. Ele não está condenando aqueles que são naturalmente homossexuais."

Este debate centraliza-se no significado da palavra "natural" de Paulo. Paulo utiliza os termos para physin (contra, ao lado de, ou contrário à natureza) e kata physin (de acordo com a natureza). Essas palavras são utilizadas para expressar julgamento ético da homossexualidade. Outros mestres bíblicos concordam. A frase "contrário a natureza", diz o Dr. Richard Lovelace, professor de História da Igreja em "Gordon-Conwell Theological Seminary", "não significa que seja contra a 'orientação natural' ou impulsos íntimos de um indivíduo, pois (Paulo) diz distintamente que os desejos e atos daqueles mencionados nos versiculos 26 e 27 são homossexuais e em harmônia um com o outro. 'Contrário à natureza' significa simplesmente contra a intenção de Deus para o comportamento sexual humano que é explicitamente visível na natureza, na função complementar dos orgãos sexuais e dos temperamentos do macho e da fêmea.

"Paulo não entendia as complexidades da homossexualidade como entendemos hoje. Ele nunca condenou os relacionamentos homossexuais permanentes, amorosos, apenas a concupiscência e promiscuidade homossexual."

Paulo vivia numa sociedade complexa , semelhante a nossa em muitos aspectos. Os autores do Novo Testamento não poderiam ser ignorantes de uma coisa tão evidente como a homossexualidade no mundo greco-romano. Embora a homossexualidade permeasse a sociedade grega, "era considerada anormal, e nunca foi legal."
Paulo poderia facilmente traçar uma diferença entre as diversas formas de homossexualidade se fosse apropriado, mas ele condenou todo o comportamento homossexual, sem exceções.

Primeia aos Coríntios 6:9-10 e 1 Timóteo 1:9-11
"Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus."
"Tendo em vista que não se promulga lei para quem é justo, mas para transgressores e rebeldes, irreverentes e pecadores, ímpios e profanos, parricidas e matricidas, homicidas, impuros e sodomitas,raptores de homens, mentirosos, perjuros, e tudo quanto se opõe à sã doutrina, segundo o evangelho da glória do Deus bendito, do qual fui encarregado."

"As palavras originais nesses versículos referem-se a outras formas de imoralidade, tais como prostituição masculina, não relacionamentos gays amorosos e permanentes."

A palavra grega traduzida para "sodomitas" em 1 Coríntios 6:9 e em 1Timóteo 1:10 é arsenokoites. O dicionário grego-inglês de Thayler (1885) traduz esta palavra para "alguém que se deita com um homem como se fosse mulher, um sodomita". O léxico de Bauer, Arndt e Gringrich (1957) traduz a palavra por "um homem homossexual, pederasta, sodomita", o mesmo significado que ocorre nas antigas obras gregas, tais como Anthologia Palatina e o Catalogus Codicum Astrologorum Graecorum. A palavra é derivada de Arsen, "um macho" e koite, "uma cama". Com o sufixo tes indicando a pessoa que realiza a ação, a etimologia da palavra é "um macho de cama".
"Está claro, então," diz o Dr. Harold Greenlee, "que um arsenokoites no Novo Testamento é um homem que vai para cama com um macho com propósitos sexuais. Este tem sido o seu significado aceito desde o tempo da antiga literatura grega." Na passagem, Paulo está condenando de maneira ampla todos os atos homossexuais, não apenas a prostituição. "Se Paulo estava condenando apenas um tipo de atividade sexual aqui, e por implicação permitindo outros, certamente teria sido mais explícito," concorda Ronald Springett.

 Argumentos Teológicos
Ao lado de versículos específicos sobre homossexualidade, a perspectiva bíblica sobre este tipo de comportamento deve ser olhada em um contexto mais amplo de ensinamentos bíblicos sobre sexualidade como um todo.

"Jesus não falou contra a homossexualidade."

Há diversos pontos a considerar em resposta a este argumento comum. Primeiro, a Bíblia não menciona declarações de Jesus sobre outras formas de comportamento sexual, tais como incesto, estupro, abuso de crianças e bestialidade. Poucos poderiam argumentar que portanto esses comportamentos são permissíveis. A Bíblia diz que muitas coisas que Jesus disse não foram registradas (Jo 21:25). Portanto, ele poderia ter mencionado a homossexualidade, embora provavelmente não tenho tido ocasião para tanto. Os judeus do seu tempo se opunham fortemente a tais práticas.

Jesus apoiava as leis do Antigo Testamento sobre comportamento sexual (Mt 5:27-30; Mc 7:21-23), que condenava fortemente atos homossexuais. E Jesus apenas falou de sexualidade no contexto de um compromisso heterossexual para a vida toda, quando mencionou a criação de macho e fêmea (Mt 19:4-9).
Esta referência da narrativa da criação é muito significativa. A perspectiva bíblica sobre a expressão sexual é consistente através das Escrituras. Richard F. Lovelace diz que os teólogos pró-gay com frequência rejeitam versículos sobre a homossexualidade mas "geralmente deixam de lidar teologicamente com o assunto em termos do ensinamento geral da Bíblia sobre sexualidade humana."

"O ponto de partida," continua Lovelace, "para entender ambas, a sexualidade humana de modo geral e a homossexualidade deveria ser a narrativa da criação do homem e da mulher em Gênesis 1 e 2."
Lovelace observa que a narrativa da criação enfatiza como a humanidade foi criada à imagem de Deus, macho e fêmea. Para remediar a "solidão" de Adão, o Senhor não criou outro homem, mas uma mulher. Isto sugere  que o macho e a fêmea são complementares, não apenas sexualmente, mas também de outras maneiras, tais como emocional e socialmente.

Deus abençoou o homem e a mulher, e lhes deu este primeiro mandamento: "Sede fecundos, multiplicai-vos" (Gn 1:28). A primeira mulher foi fisicamente esculpida da carne do homem (2:21,22). Quando eles se uniram fisicamente, tornaram-se "uma só carne" novamente (2:24). O ato heterossexual no casamento é mais do que uma união, é um tipo de reunião. Não é uma reunião de pessoas estranhas que não se pertencem e não podem apropriadamente se tornar uma só carne. Pelo contrário, é a união de duas pessoas que originalmente foram uma, depois foram separadas uma da outra, e agora no encontro sexual do casamento se uniram novamente.

Cada união sexual de marido e esposa é um lembrete poderoso da ordem criada por Deus. Portanto não é um acidente, que toda forma de expressão sexual fora da aliança do casamento, que é o centro da família, seja explícita ou implicitamente condenada no restante das Escrituras.

Jesus mesmo mencionou Gênesis 2:24 quando ensinou que o casamento deveria ser um relacionamento permanente entre um homem e uma mulher; ele apresentou o celibato como o único estilo de vida aprovado fora do casamento heterossexual (Mt 19:4-12). Em um sermão, Jesus condenou a imoralidade sexual" (Mc 7:21). A palavra grega que Ele utilizou foi porneia, que incluí qualquer forma de comportamento sexual fora do casamento heterossexual.

"Jesus falou de uma lei mais elevada de amor, e os relacionamentos homossexuais de fidelidade a longo prazo podem ser exatamente tão cheios de amor quanto os casamentos heterossexuais."

Este argumento centraliza-se em uma discussão do que significa a palavra amor. Se definirmos o amor cristão em termos de auto doação, é verdade que alguns relacionamentos homossexuais são mais cheios de amor do que alguns casamentos heterossexuais.

Mas, apesar do destaque que Jesus deu a necessidade de uma motivação de amor, em lugar algum ele ensinou que uma motivação de amor pode justificar alguma coisa. Ele jamais deu a seus discípulos qualquer motivo para crerem que, por causa dos seus ensinamentos sobre o amor, eles poderiam ignorar as leis do Antigo Testamento que rotulava algumas coisas de ruins em si mesmas, seja qual for a motivação (veja Mt 5:17-20). Jesus disse que o seu amor se refletia pela nossa obediência aos seus mandamentos (Jo 14:15).

Substituir todos os outros padrões absolutos pelo simples mandamento de amar não é fiel aos ensinamentos do Novo Testamento, e também é totalmente impróprio como guia para a vida moral. A auto-ilusão e as influências externas borram a visão de qualquer um às vezes, especialmente no contexto da expressão de nossos desejos sexuais.

Alguns Pensamentos Finais

Se alguém tenta apoiar o comportamento homossexual com as Escrituras, examine o versículo em diversas traduções, e estude o contexto de toda a passagem. Por exemplo, alguém já disse que este versículo apóia a homossexualidade: " Não seja, pois, vituperado o vosso bem" (Rm 14:16). Mas o contexto está falando das leis dietéticas do Antigo Testamento. Paulo está discutindo alimentos puros e impuros - não práticas morais puras ou impuras.

A Bíblia nunca fala positivamente acerca da homossexualidade ou qualquer outra prática sexual fora do de um compromisso heterossexual para a vida inteira (casamento). Difícil como é de obedecer a este padrão, é a vocação de Cristo para todos os seus seguidores, inclusive aqueles com atrações e desejos pelo mesmo sexo.


 

12 de jun. de 2011

Dia do Pastor

Um dia especial,
dia de honrar a quem,
abaixo de Deus,
zela por nossas vidas.

Ser pastor é cuidar com amor.
É ter sempre aquele especial carinho.
É saber as necessidades e amar;
simplesmente expressar o amor
em sua essência mais pura.

Ser pastor é ser amigo e,
às vezes, mais que isso;
um socorro e abrigo
nos momentos das tribulações
do seu rebanho.

Ser pastor é ser guerreiro;
ser forte espiritualmente;
ser homem de caráter e garra,
que luta pelos que, em fé, defende.

Ser pastor é ser atencioso,
entender as alterações de humor;
perceber as dificuldades
do seu rebanho,
seja no momento que for.

Ser pastor é vivenciar
a importância da vida do outro,
mesmo que esta pessoa,
ainda não entenda o seu real valor.

Ser pastor é um dom de Deus,
que escolhe em meio aos seus
aqueles que esse ministério vão desempenhar.

Neste dia especial, no qual a vocês viemos declarar,
com poucas palavras, mas muita emoção,
dizemos que a todos vamos honrar,
pois sabemos que de Deus receberam a unção.

"Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas." (João 10:11)

4 de jun. de 2011

Esquisitices Não - Final

Degrau por degrau, Jesus desmantelou a escada da hierarquia que marcava a aproximação de Deus. Convidou pessoas defeituosas, pecadores, estrangeiros e gentios - os impuros! - para a mesa do banquete divino. Em seus contatos sociais, Jesus acabou com as categorias judias de "puros" e "impuros". O texto de Lucas 8, por exemplo, registra três incidentes em rápida sucessão que, juntos, devem ter confirmado as idéias erradas que os fariseus tinham a respeito de Jesus. Primeiro, Jesus navegou para uma região habitada por gentios, curou um louco nú e o designou como missionário em sua cidade natal. Depois, Jesus foi tocado por uma mulher com hemorragia há doze anos, um "problema feminino" que a desqualificava dos cultos e causava-lhe muita vergonha. Dali Jesus seguiu para a casa de um chefe de sinagoga cuja filha havia acabado de morrer. Já "impuro" por causa do louco gentio e da mulher hemorrágica, Jesus entrou no quarto e tocou o cadáver. Para nós essas três atitudes de Jesus não causam muito espanto, mas para os judeus daquela época era algo muito sério e quem fizesse tais atitudes era considerado impuro.

As Leis levíticas advertiam contra o contágio: contatos com doentes, gentios, cadáveres, certos tipos de animais ou até mesmo mofo e bolor podiam contaminar uma pessoa. Jesus inverteu o processo: em vez de ficar contaminado, tornou a outra pessoa sadia. O louco nú não contaminou Jesus; foi curado. A pobre mulher com fluxo de sangue não envergonhou Jesus nem o tornou impuro; ela se afastou sadia. A menina morta de doze anos de idade não contaminou Jesus; foi ressuscitada.

Vejo no método de Jesus um cumprimento, e não uma abolição das leis do Antigo Testamento. Deus tinha "santificado" a criação separando o sagrado do profano, o puro do impuro. Jesus não cancelou o princípio santificador; antes, mudou sua fonte. Nós mesmo podemos ser agentes da santidade de Deus, pois Ele habita em nós. No meio de um mundo impuro podemos passear, como Jesus, buscando meios de ser uma forma de santidade. Os doentes e os aleijados para nós não são avisos vermelhos de contaminação, mas receptores em potencial da misericórdia divina. Somos chamados para estender essa misericórdia, para ser transmissores da graça, e não para evitar o contágio. Assim como Jesus, podemos ajudar o "impuro" a se tornar limpo!

A maneira pela qual a "revolução" de Jesus me afeta centraliza-se em como devemos olhar para as pessoas "diferentes". O exemplo de Jesus me convence hoje, porque sinto uma guinada sutil na direção inversa. Conforme a sociedade se desenvolve e a imoralidade aumenta, ouço cristãos clamando que precisamos demonstrar menos misericórdia e mais moralidade, clamores que retrocedem ao estilo do Antigo Testamento. Uma frase utilizada por Pedro e Paulo tornou-se uma de minhas preferidas no Novo Testamento. Temos de administrar, "ser despenseiros" da graça de Deus, dizem os dois apóstolos. A imagem me traz a mente os antiquados vaporizadores que as mulheres usavam antes de se aperfeiçoar a tecnologia dos sprays. Apertava-se uma bomba de borracha e gotículas de perfume saíam dos buraquinhos da outra ponta. Algumas gotas bastavam para o corpo inteiro; alguns poucos apertões bastavam para mudar a atmosfera de um quarto. Creio que é assim que a graça deve operar. Ela não converte o mundo inteiro ou toda uma sociedade, mas enriquece a atmosfera. 

Sinto profunda preocupação com nossa sociedade, observando o que tem acontecido nesses últimos anos. Estou tocado, entretanto, pelo poder alternativo da misericórdia demonstrada por Jesus, que veio para os doentes e não para os sãos, para os pecadores e não para os justos. Jesus nunca aprovou o mal, mas estava pronto a perdoá-lo. De alguma forma, Ele ganhou a reputação de ser amigo dos pecadores, uma reputação que seus discípulos correm o risco de perder. Como certa vez li "Eu realmente só amo a Deus na proporção em que amo a pessoa que menos amo". Pense nisso.

No amor de Cristo

22 de mai. de 2011

Esquisitices Não - Parte 2

Tenho passado alguns dias (desde o dia 06/05) pesquisando sobre a vida do Senhor. Aprendi a apreciar o mundo ordeiro do judaísmo do primeiro século. Admito que a classificação das pessoas amargurou minha alma - era um padrão formal de não-graça, um sistema religioso de castas - mas pelo menos os judeus haviam descoberto um lugar para cada grupo como as mulheres, os estrangeiros, os escravos e os pobres. outras sociedades os tratavam de maneira pior.

Jesus apareceu na terra exatamente quando a palestina estava experimentando um reavivamento religioso. Os fariseus ditavam regras precisas para a manutenção de pureza: nunca entrar na casa de um gentio, nunca jantar com pecadores, não trabalhar aos sábados, lavar as mãos sete vezes antes de comer. Assim, quando espalharam-se rumores de que Jesus podia ser o Messias há muito esperado, os judeus "piedosos" ficaram mais escandalizados do que jubilosos. Ele não tinha tocado em pessoas impuras, tais como aqueles leprosos? Não tinha permitido que uma mulher de má reputação lavasse seus pés e os enxugasse com seus cabelos? Ele jantava com cobradores de impostos - um deles até fazia parte de seu círculo mais íntimo de discípulos - e era notoriamente frouxo com as regras da purificação ritual e a guarda do sábado.

Além disso, Jesus deliberadamente entrava em território gentio e se envolvia com os gentios. Ele elogiou um centurião romano por ter mais fé do que qualquer um em Israel e se ofereceu para entrar na casa do centurião para curar seu servo. Ele curou um samaritano mestiço de lepra e teve uma longa conversa com uma mulher samaritana. Essa mulher, rejeitada pelos judeus por causa de sua raça, rejeitada pelos seus vizinhos pelos seus muitos casamentos, tornou-se a primeira "missionária" designada por Jesus e a primeira pessoa a quem Ele francamente revelou sua identidade como Messias.

A aproximação de Jesus das pessoas "impuras" consternava seus compatriotas e, finalmente, ajudou a crucifica-lo. Em essência, Jesus cancelou o grande princípio do Antigo Testamento "Esquisitices, não", substituindo-o por uma nova regra da graça: "Todos nós somos esquisitos, mas Deus nos ama mesmo assim". Os evangelhos registram apenas uma ocasião em que Jesus fora obrigado a recorrer à "violência": na purificação do templo. Brandindo de um chicote de couro, Ele derrubou as mesas e as bancas e expulsou os mercadores que se haviam estabelecido ali. A arquitetura do templo expressava a hierarquia entre os judeus, os gentios podiam entrar apenas no pátio exterior. Jesus não gostou de que os comerciantes houvesse transformado a área dos gentios num bazar oriental cheio de sons de animais mugindo e vendedores anunciando preços, uma atmosfera que dificilmente conduzia à adoração. Marcos registra que, "depois de Jesus haver purificado o templo, os sumo sacerdotes e mestres da lei buscavam ocasião para mata-lo". No sentido real, Jesus selou o seu destino com sua insistência irada no direito dos gentios de se aproximarem de Deus.

Continua no próximo post.

6 de mai. de 2011

Esquisitices Não - Parte 1

Levítico 11; Atos 10

Em Atos 10 temos uma fascinante passagem do Novo Testamento, a narrativa da visão do apóstolo Pedro sobre o terraço da casa. Tendo subido ao terraço para orar sozinho, Pedro começou a sentir fome. Sua mente vagueava, e ele entrou num êxtase. Depois disso, teve uma visão espantosa. Um grande lençol desceu do céu, cheio de mamíferos, répteis e aves "impuros". O texto de Atos 10 não é muito específico, mas podemos encontrar uma boa dica das espécies desses animais em Levitico 11.

Os animais descritos em Levítico 11 constituíam um tabu, eram abomináveis. "Ser-vos-ão por abominação", Deus dissera. Agora esses itens abomináveis descendo em um lençol, com uma voz celestial ordenando: "Levante-se, Pedro, mate e coma". Pedro fez com que Deus "se lembrasse" de suas próprias regras. "Claro que não, Senhor!", ele protestou. "Nunca comi nada impuro ou duvidoso". Deus respondeu: "Não chame de impuro nada que Deus tenha purificado".

Quando voltamos ao livro de Levitico vemos a explicação de Deus sobre a proibição: "Eu sou o Senhor vosso Deus; consagrai-vos, e sede santos, porque eu sou santo". A rápida explicação de Deus dá lugar a muitas interpretações, e os mestres há muito debatem os motivos por trás do motivo. Uns tem destacado os benefícios para saúde na lei levítica, outros observam que muitos dos animais proibídos são necrofágos, alimentando-se de carniça. Outros, ainda, observam que as leis específicas parecem dirigidas contra os costumes pagãos dos vizinhos dos israelitas. Por exemplo, a proibição de cozinhar uma cabra no leite de sua mãe parecia ter sido feita para evitar que os israelitas imitassem um ritual de magia dos cananeus.

A antropóloga Mary Douglas vai mais longe, observando que em cada caso Deus proíbe animais que apresentam uma anomalia. Uma vez que peixes devem ter barbatanas e escamas, moluscos e enguias não se qualificam. As aves devem voar, assim as emas e avestruzes não se qualificam. Animais terrestres devem andar com quatro pernas, não rastejar como a cobra. Gado doméstico, ovelhas e cabras ruminam e têm cascos fendidos; portanto, todos os mamíferos comestíveis deveriam ser assim. Seguindo o raciocínio da antropóloga se tivessemos que dizer em poucas palavras o que torna uma coisa impura, diríamos que é alguma coisa que, por algum motivo ou outro, fosse anormal. De acordo com o que lemos em Levítico podemos chegar a essência das leis do Antigo Testamento: esquisitice, não. O mesmo princípio se aplicava aos animais "puros" utilizados no culto. Nenhum israelita podia trazer um cordeiro aleijado ou defeituoso para o templo, pois Deus queria animais sem mácula. Deus exigia perfeição; Deus merecia o melhor. Esquisitices, não.

O Antigo Testamento aplica uma classificação semelhante, muito mais perturbadora, às pessoas. Uma coisa é chamar um animal de impuro e outra, muito diferente, é chamar as pessoas de impuras, mas as leis do Antigo Testamento não se retraíam desse passo.
Nenhum dos teus descendentes, nas suas gerações, em quem houver algum defeito, se achegará para oferecer o pão do seu Deus. Nenhum homem, caso tenha algum defeito físico, se achegará: nenhum homem que seja cego, coxo, desfigurado ou deformado; nenhum homem que tenha o pé quebrado ou a mão quebrada, ou for corcunda, ou anão, ou que tenha qualquer defeito dos olhos, ou sarna, ou impingens, ou testículos esmagados.
Nesta época de "politicamente correto", tal classificação espalhafatosa de indivíduos, baseada no genêro, raça e até mesmo na saúde física, parece quase inconcebível, mas esse era o ambiente que definia o judaísmo. Todos os dias os homens judeus começavam suas orações matinais dando graças a Deus "que não me fez gentio...que não me fez escravo...que não me fez mulher".

O texto de Atos 10 mostra a "lógica mortal dos políticos da pureza". Quando Pedro sob coação concordou em visitar a casa do centurião romano, apresentou-se dizendo: "Vocês sabem muito bem que é contra nossa lei que um judeu se associe a um gentio ou o visite". Ele fez tal concessão apenas depois de ser derrotado por Deus na discussão do terraço. Pedro continuou: "Mas Deus me mostrou que não devo chamar nenhum homem de impuro". Uma revolução de graça estava a caminho, do tipo que Pedro dificilmente poderia compreender. Será que nos compreendemos essa revolução?
Continua no próximo post...


4 de mai. de 2011

Olhos curados pela Graça

"Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça". (Romanos 5:20)

Quanto mais estudo a vida de Jesus, mais me convenço de que sejam quais forem as barreiras que tivermos de transpor ao tratar com pessoas "diferentes", elas não se podem comparar com o que um Deus santo - que habitava no Santíssimo Lugar, e cuja presença expelia morte de qualquer pessoa impura que se aproximasse - teve de vencer quando desceu para se juntar a nós sobre o planeta Terra.

Uma prostituta, um rico aproveitador, uma mulher endemoninhada, um soldado romano, uma mulher com hemorragia, e outra samaritana com vários maridos ficaram maravilhados porque Jesus recebeu a reputação de ser "amigo de pecadores".

Jesus tinha o poder de amar prostitutas, valentões e pessoas de caráter duvidoso, Ele foi capaz disso apenas porque via através da sujeira e da crosta da degeneração; seus olhos captavam a origem divina que está oculta por toda parte em cada homem! Primeiro, e principalmente, Ele nos dá novos olhos, olhos curados pela graça.

Quando Jesus amava uma pessoa qualquer carregada de culpa e a ajudava, via nela um filho de Deus desviado. Via um ser humano a quem seu Pai amava e por quem se entristecia por ele andar em caminhos errados. Ele o via como Deus o planejara originalmente e queria que ele fosse e, portanto, olhava, por baixo da camada superficial da sujeira e da imundície, para o verdadeiro homem. Jesus não identificava a pessoa com o seu pecado, antes via nesse pecado alguma coisa estranha, alguma coisa que realmente não fazia parte da pessoa, alguma coisa que simplesmente a acorrentava e a dominava e da qual Ele a libertaria e a traria de volta para o seu verdadeiro eu. Jesus foi capaz de amar os homens porque Ele os amava da maneira certa através da camada de lama.

De alguma forma, todos nós somos abominações para Deus - Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus - e, de alguma forma, contra toda razão, Deus nos ama assim mesmo. A graça declara que ainda somos o orgulho e a alegria de Deus.

Todos nós na igreja precisamos de "olhos curados pela graça" para ver o potencial nos outros para a mesma graça que Deus tão prodigamente nos concedeu. "Amar uma pessoa, significa vê-la exatamente como Deus pretendia que ela fosse".

Pense nisso.

"A Bíblia não diz que devemos amar a todos? Ah! a Bíblia! Para dizer a verdade, ela diz uma porção de coisas, mas ninguém nunca pensa em colocá-las em prática."
(Harriet Beecher Stowe, em A Cabana do Pai Tomás)

2 de mai. de 2011

Trabalhando para Deus

Extraído da Pastoral do boletim IBACECON 01/05/11

Amados, que a graça e a paz de Jesus repousem sobre sua vida.
Hoje é celebrado o Dia do Trabalho, algumas pessoas podem até se lamentar por este feriado ter acontecido exatamente num domingo. Creio ser essa uma boa ocasião para agradecer e motivar todos aqueles que, de coração, dedicam-se à obra do Senhor. 

Quando penso em trabalho, em obra, logo vem a mim a imagem de Neemias se esforçando para reconstruir os muros de Jerusalém. Neemias é um bom exemplo de trabalhador que não esmorece quando chegam as dificuldades e que também não perde a visão quando os desanimados e os contrários lhe oferecem outros caminhos. Neemias tem discernimento e inspiração para conduzir os trabalhadores firmados num mesmo propósito.Você sabe que o sucesso alcançado por aqueles trabalhadores foi resultado de muito esforço e dedicação.

Amados, o nosso trabalho para o Senhor nunca será em vão. Sempre valerá a pena se empenhar para servir melhor ao nosso Deus. Todo trabalho feito para o engrandecimento do Reino sofre oposição. O inimigo não quer que a obra avance e se levanta para impedir que o trabalho prossiga. Deus, certamente, tem confiado uma missão a você. Desde que entregamos a nossa vida ao senhorio de Cristo, nos tornamos servos do reino. Todos nós servos do mesmo Senhor, e ser servo é a maior "graduação" no reino de Deus. Temos o compromisso de servir e precisamos assumir a responsabilidade deste nobre encargo.

Nos momentos mais difíceis de sua dedicação à obra, lembre-se de que Deus está ao seu lado, confie nele. Quando você pensar que as coisas não vão dar certo, esforce-se ainda mais. Não há vitórias sem lutas. Quando você quiser desistir, olhe para a cruz. Jesus foi até o fim, Ele não desistiu do Seu penoso trabalho, porque te julgou merecedor. Amados, que possamos caminhar cada dia mais unidos e trabalhando pelo mesmo propósito, que tenhamos sabedoria para vencer os obstáculos, tendo a confiança de que o Senhor nos dará a vitória.

Que Deus abençoe a todos. Firmes e Constantes, Seu Pastor

23 de abr. de 2011

EBD nº 14 - Plantação de uma igreja saudável

Texto Básico: Atos 8:1-8

Implantar igrejas é parte da tarefa missionária. Os novos convertidos precisam de igreja- um local para reunir as pessoas e manter a comunhão cristã. A Grande Comissão de Mateus 28:19-20 não pode ser obedecida sem implantação de igrejas, porque a vida cristã completa tem igreja. A proposta de plantar uma igreja deve estar associada ao compromisso de gerar uma igreja saudável. Está lição estudará as qualificações do plantador de igrejas, bem como os passos e os perigos no processo de plantação de uma igreja.

I. QUALIFICAÇÕES DO PLANTADOR DE IGREJA

Podemos entender que um plantador de igreja saudável tem as características elencadas abaixo:

Quem ele é?

  • Servo de Jesus Cristo
  • Experimentado no ministério
  • Altruísta
  • Corajoso
  • Disciplinado
  • Emocionalmente saudável
  • Trabalhador incansável
  • Comprometido com o projeto
  • Aprovado segundo 1 Timóteo 3:1-7 e Tito 1:5-9 
O que ele faz?

  • Evangeliza
  • Discipula
  • Prega
  • Ensina
  • Visita
E quando necessário:
  • constrói, conserta, pinta, limpa...
  • administra, economiza, distribui...
  • arruma, organiza, enfeita, etc.
Quais as prioridades do plantador de igrejas?
Persistência e Perseverança

O plantados de igrejas há de ser um líder visionário e um trabalhador incansável. Não lhe é dado o direito de fazer experiências especulativas, uma vez que ele recebeu do Senhor uma visão e um chamado para tarefa específica de plantar uma igreja num novo campo. O seu lema deve ser "desistir nunca, retroceder jamais".
Plantar alguma coisa exige persistência, mas plantar igreja exige um raro tipo de persistência. Por ser uma luta espiritual, a oposição certeira e cruel vem de todos os lados possíveis, sobretudo de satanás (Ef 6:12). Entretanto, a vitória do Senhor é certa. E o poeta hebraico nos ensinou que "Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes" (Sl 126:5-6).

VOCÊ POSSUÍ ESSAS QUALIDADES???

JÁ PENSOU QUE DEUS PODE TER CHAMADO VOCÊ PARA SER UM PLANTADOR DE IGREJAS?

PENSE NISSO.

Continua na próxima Escola bíblica...

17 de abr. de 2011

Cuidando de Nossa Herança

Extraído da Pastoral do boletim IBACECON 17/04/11

Amados, que a Graça e a Paz de Jesus repousem sobre sua vida.
O Salmo 127 nos revela que os filhos são herança do Senhor. Então, precisamos ter uma tremenda dedicação com a herança que o Senhor nos confia.

Percebemos que o inferno tem conspirado contra crianças, são tantas atrocidades e brutalidades contra os pequeninos que nos faz pensar, quando lá no Egito, saiu a ordem de faraó para matar as crianças. Naquela ocasião, dava-se a chegada do libertador de Israel, Moisés. O tempo passou e Herodes, tal qual faraó no Egito, libera a ordem de morte para as crianças, cumpre-se a profecia de Jeremias 31:15 "Em Ramá se ouviu uma voz, lamentação, choro e grande pranto, era Raquel chorando os seus filhos e não querendo ser consolada, porque já não existiam" (Mt 2:17,18).

Esse era o momento do libertador de nossas vidas manifestar-se a esse mundo, seu Nome é Jesus. Creio que há um decreto no inferno contra as crianças, uma ordem para roubar a herança, a alegria e a razão de ser de muitas famílias. Você pode estar certo amado, em breve o céu será rasgado, as trombetas darão o toque que anunciará a volto do libertador, que virá buscar sua igreja. Aleluia!!!

A insanidade mental, espiritual e religiosa levou aquele jovem a cometer uma das maiores tragédias em nosso país, bem aqui, pertinho de nós, em Realengo. Na verdade, ele foi mais uma vítima nas mãos do diabo. Que o Senhor abençoe e console as familias atingidas por essa tragédia. Mas fato é que este não é um caso isolado, em muitos outros lares ouve-se a voz de choro e lamentação.

Queridos, precisamos confiar no Senhor plenamente. Ele é o guarda fiel de seu povo, só Ele pode dar segurança e proteção à nossa herança. "Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam. Se o Senhor não guardar a cidade em vão vigia a sentinela". Que sejamos melhores para nossas crianças, que amemos de forma prática, que ministremos palavras de bençãos sobre a vida delas todos os dias, que proporcionemos um ambiente estruturado em amor e qualidade para as nossas crianças, que sejamos um exemplo inspirador na formação de caráter de nossos pequeninos, que mais pessoas se levantem para abraçar o ministério infantil de nossa igreja.

Que Deus te abençoe.

Firmes e Constantes

Vídeo "A Fé de uma criança"

13 de abr. de 2011

EBD nº 13 - FAZEDORES DE TENDAS, Profissionais em Missões

Texto básico: Atos 18:1-5; 20:32-35

De zero a 1 milhão - uma breve história do Nepal.

Há 60 anos não havia presença cristã reconhecida no Nepal. Em 1952, o rei hindu convidou profissionais para irem, trabalharem e contribuírem com o desenvolvimento do seu país em cinco áreas: educação, saúde, desenvolvimento comunitário, engenharia e ciência florestal.
O rei foi muito claro em suas expectativas: os profissionais deveriam trabalhar em suas diferentes áreas, mas eram proibidos de qualquer atividade religiosa.
Dessa forma os cristãos passaram pela porta aberta e adentraram o país como profissionais missionários.
Qual a situação da igreja do nepalesa hoje? De zero passou para mais de um milhão de cristãos. Como isso foi possível?! Não existe qualquer lei no mundo que proíba alguém de fazer amizades, de ser um profissional do modo como Jesus seria e de responder à perguntas sobre sua própria fé. Com o testemunho de vida daqueles profissionais, o evangelho penetrou a cultura e se estabeleceu. Nasceu a igreja nacional, não condicionada ao formato ocidental.


I. QUE É UM FAZERDOR DE TENDAS?

São discípulos de Jesus Cristo que, chamados por Deus e comissionados pela sua igreja, usam seus dons,, talentos e habilidades profissionais para servir ao Senhor em um contexto transcultural.

O uso da profissão em missões:
A idéia de usar suas profissões para sustentar a obra tem sua origem no exemplo do apóstolo (de verdade) Paulo. Em Atos 18:1-3, lemos que ele se encontrou com Priscila e Áquila, e uma vez que tinham o mesmo ofício, fazedores de tendas, passaram a trabalhar juntos. Entendemos disso que Paulo, sendo um rabi, foi treinado em um ofício que o ajudaria a se sustentar. Do exemplo desse apóstolo, cresceu a ideia de um missionário, "fazedor de tendas", que usa suas habilidades profissionais para se sustentar, enquanto faz missões.
Entretanto, o fato de Paulo ter-se sustentado por um tempo em Corinto não significa que essa foi sua estratégia principal no ministério de missionário pioneiro, como alguns têm sugerido. Uma análise do Novo Testamento revela que Paulo foi sustentado por meio de uma combinação de ofertas de igrejas com o trabalho dele e de sua equipe. Também Paulo sabia, às vezes, como passar necessidade sem desistir (Fp 4:12).

De que maneira você tem usado sua profissão para testemunhar de Cristo em sua própria cultura?

Que vantagens ou desvantagens um "fazedor de tendas" têm sobre um missionário tradicional?

II. PROFISSIONAIS EM MISSÕES NO ANTIGO TESTAMENTO

No antigo testamento encontramos muitos homens e mulheres de Deus que serviam a Deus enquanto desenvolviam suas vidas profissionais. Quais desses foram também missionários (enviados) para serem testemunhas transculturais?
Alguns se destacam como profissionais que pelo seu desempenho serviram a Deus de forma extraordinária. Em principio vamos considerar dois nomes, e como Deus os usou na missão

Daniel, um profissional que testemunhou diante de reis
(Dn 1.1-4, 17-21; 2:26-28, 46-49; 4:24-27,33-34, 37)
O que mais nos chama atenção na história de Daniel é a ênfase na soberania de Deus. Somos informados que  foi o Senhor quem entregou Jeoaquim nas mãos de Nabucodonosor (Dn 1:2) e quem capacitou Daniel e seus amigos para se destacarem nos estudos culturais e científicos da Babilônia; foi Deus quem deu a Daniel a habilidade especial para interpretar sonhos (Dn 1:17). Aparentemente para Daniel ir para babilônia era um desastre pessoal e nacional, sem igual, mas na soberania divina,, foi uma oportunidade para ele ser parceiro na missão de Deus, porque Daniel escolheu ser fiel a Deus e dedicado na vida profissional.
No decorrer dos sessenta anos da vida profissional de Daniel na corte de vários reis pagãos, percebemos Deus cumprindo Sua missão por meio do serviço profissional exemplar de Daniel. Como administrador e conselheiro, ele testemunhava fielmente sobre o fato de que "O Deus altíssimo domina sobre os reinos dos homens e coloca no poder a quem ele quer" (Dn 5:21 NVI). Sua coragem e fidelidade têm sido exemplos de como Deus usa pessoas dispostas e fiéis por meio da vida profissional.

Neemias, um profissional que se identificou com o povo sofredor
(Ne 1:1-4; 2:1-5; 5:6-12; 6:15-16; 7:1-4)
A história de Neemias começa mostrando-o como copeiro do rei Artaxerxes I, rei da Pérsia. Uma posição privilegiada para as pessoas mais confiáveis da corte do rei. Neemias ficou profundamente incomodado com as circunstâncias humilhantes e sofredoras nas quais  os judeus viviam na região de Jerusalém (Ne 1:3), e se dedicou à oração e jejum em favor de seu povo. Alguns oficiais do império persa não queriam ver o povo de Israel prosperar e faziam tudo para frustrar o restabelecimento de Jerusalém e a reconstrução dos seus muros.
Depois de quatro meses, enquanto servia ao rei, Neemias pediu demissão para ir a Jerusalém começar a reconstrução dos muros (Ne 2:1-8). A permissão real foi concedida, e Neemias viajou com a nova atribuição de governador. Ao chegar, conseguiu reunir e motivar o povo para a obra de reconstrução dos muros. O livro de Neemias descreve os 52 dias da obra de reconstrução, e a transformação das circunstâncias do povo de Deus naquela época.
Chama nossa atenção como Neemias tomou uma atitude corajosa, trocou a segurança do emprego na corte do rei e se tornou líder de um povo oprimido. Mesmo diante de oposição, ele se dispôs a correr riscos como conseqüência do serviço em favor do povo.
Além dos desafios externos, Neemias teve que lidar com a injustiça social dentro da própria comunidade. O exemplo de líder honesto e justo lhe deu autoridade moral na resolução das injustiças que aconteciam (Ne 5).

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